terça-feira, 9 de outubro de 2007


O Pássaro

Passa Passarinho!
Passa logo!
Porque Tu não passas?
Tu não tens um passado?
Meu passado... Passou...
Pensou e... Parou.
Teu passo parou?
Pois, pois...
O vento passou...
O dia passou...
A calma passou...

Só a dor não passou.
Não sei o que se passa...
Sei que estes passos que são teus
Espargem uma alegria colorida azul esverdeada...
Que me deixa mui alegre!
Necessito que passes...
Se não... Perco-me nos campos desbotados
Destes tempos abstratos
Passe!
Passe logo!
Ah... Agonia...
Passa!
Como me sinto parva!
Mas...
Passe o que passar...
Teus passos nunca passam longe dos meus
Saibas, não sigo os teus passos...
Apenas os imagino passar nas passarelas do ar!
O que se passa com teu pensar?
Pensas que sou um passo para o Passado?
O Passado ainda não passou.
O que passou foi o gélido Ar,
Que se perdeu...
Que se perdeu nos meus passos a caminho dos teus
Contraditória sou Eu!
Se tudo passa... Tu ainda... Um dia... passa
Estou agora indo...
A noite preta me chama
Indo...

Longe...
Volto...
Em dia de luz.
Adeus céu
Mande lembranças
Ao dito doce e esquecido
Passarinho!

Imagem de :
Shemhamphorash-Karl Witchfinder

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Rui leprechaun disse...

Ena! É teu esse poema do pássaro... com muitos p e s?!

Poesia com sonoridade... em ânsias de liberdade!

Mas tudo é Presente, linda Senhora, só nele aqui vivemos...

Sim, há por vezes uma ânsia de voltarmos a dias felizes de outrora... mas eles estão aqui agora!!!

Esse muito pensar de que te queixas, pode também ser empregue para focar o nosso Ser num desejo ou anseio que se concretiza aqui, se o quisermos...

Saber quem somos e aqui fazemos...

Rui leprechaun

(...em sonhos bons e serenos! :))